Microagulhamento
É uma técnica que utiliza um aparelho chamado Dermaroller, este aparelho é constituído de microagulhas que variam em 0,2 a 2mm e pode ter cerca de 200 agulhas em forma de rolo que facilita a aplicação na pele.
O microagulhamento ou a indução percutânea de colágeno (IPCA) tem atraído muito a atenção das pessoas que apostam em tratamentos clínicos ou estéticos para cuidar da beleza da pele, pois pode tratar diversos aspectos da pele, especialmente facial.
Luceli Brito, Fisioterapeuta Dermatofuncional, explica que o tratamento é realizado através de aparelho composto por pequenas agulhas que causam microperfurações na pele. “Estas microperfurações são responsáveis pela indução de um processo inflamatório no local, capaz de estimular os fibroblastos, que são células responsáveis pela produção de colágeno local”, diz.
“Além disso, através das pequenas perfurações causadas, é possível a redução da pigmentação de manchas, especialmente do melasma. Estudos recentes mostram melhora considerável em manchas de melasma resistentes a outros tratamentos”, acrescenta a fisioterapeuta.
Luceli Brito, ressalta que o microagulhamento tem como principal objetivo a indução percutânea de colágeno, a angiogenese (criação de vasos sanguíneos novos) e um aumento da vasodilatação, fazendo com que haja uma melhora de oxigenação e nutrição nos tecidos.
Ela explica ainda que as indicações do tratamento são diversas, mas as principais são:
- Redução do melasma;
- Redução de cicatrizes de acne;
- Redução de rugas;
- Redução/melhora de estrias;
- Melhora de poros e textura da pele;
- Redução de cicatrizes traumáticas e/ou cirúrgicas.
Luceli Brito reforça que o microagulhamento pode ser indicado para rejuvenescimento facial, tratamento de estrias, manchas, além de alopecia e flacidez.
Vale ressaltar que o microagulhamento pode ser utilizado tanto no rosto, como em outras partes do corpo, inclusive no couro cabeludo, para estimular a circulação sanguínea da região.
Como é feito o microagulhamento?
Luceli Brito explica que primeiramente é feita uma higienização, assepsia e esfoliação da pele. “Depois, escolhemos a agulha a ser utilizada de acordo com o tratamento proposto. O Dermaroller é passado na pele nas quatro direções (vertical, horizontal, diagonal direita e esquerda), até que cause na pele no mínimo uma hiperemia local. Durante o microagulhamento, utilizamos um cosmético apropriado para o tipo de pele e tratamento”, diz.
A Fisioterapeuta Luceli Brito destaca que, no caso específico de tratamento para o rosto, após a antissepsia da pele e aplicação de creme anestésico, é feita a aplicação da IPCA em várias passadas em toda a face. “De acordo com a necessidade, são utilizadas agulhas de diferentes tamanhos: para lesões superficiais, agulhas menores; para lesões profundas como cicatrizes, agulhas mais longas”, explica.
“Após o procedimento, há inchaço de leve a moderado, e vermelhidão na pele que varia de acordo com a intensidade da aplicação. A recuperação costuma ser mais rápida em comparação ao laser”, acrescenta a fisioterapeuta.
Luceli Brito exemplifica que existem três tipos de melasma: o epidérmico (mais superficial), o dérmico (mais profundo) e o misto (nas duas camadas). “Para cada um, devem ser usadas ativos e concentrações específicas. Se o tratamento não estiver correto, ele pode causar a irritação e piorar a lesão”, alerta.
Vale reforçar que, por se tratar de procedimento invasivo, o microagulhamento ou IPCA deve ser realizado por um profissional habilitado para isso, a fim de garantir a correta avaliação de indicações e contraindicações, além de prevenção e complicações.
Assim, o microagulhamento deve ser feito preferencialmente por médicos dermatologistas, ou ainda, cirurgiões plásticos especializados na técnica. Fisioterapeutas dermatofuncionais com especialização na técnica também podem realizá-la.
Microagulhamento dói?
Dor é sempre relativa. Mas, de forma geral, Luceli Brito diz que, no caso de agulhas com comprimento de 0,2 a 0,3, a dor é bem tolerável. “Para agulhas acima de 0,5, pacientes relatam dor”, diz.
Luceli Brito ressalta que, se houver a aplicação de pomada anestésica de alta potência ou anestesia local injetável, o microagulhamento torna-se um procedimento muito tolerado, mesmo quando feito de forma mais intensa. “Importante enfatizar que somente médicos têm autorização para aplicação de pomada anestésica de alta potência ou anestesia local injetável”, diz.
Resultados: o que esperar do microagulhamento
A fisioterapeuta Luceli Brito explica que geralmente são indicadas de uma a três sessões, a depender da severidade do quadro e da indicação.
“O pós da IPCA é geralmente tranquilo, com mínimo desconforto. A redução das manchas e a melhora da qualidade da pele são vistas nos primeiros 15 dias. O auge da produção de colágeno induzida pela IPCA é em torno de 3 meses, quando vemos a melhora de rugas, cicatrizes e estrias”, explica a fisioterapeuta.
A fisioterapeuta Luceli Brito explica que, geralmente, pode-se observar que, após o microagulhamento, por até oito meses ainda existe a produção de colágeno.
Geralmente, o tempo de intervalo entre uma sessão e outra vai depender da intensidade da indução de colágeno, que pode variar entre uma semana a 20 dias. Cada sessão dura cerca de 40 minutos a 1 hora. Mas tudo isso pode variar de acordo com o tipo de tratamento.
Cuidados antes e depois do microagulhamento
De acordo com Luceli Brito, os principais cuidados antes do procedimento são:
- Deve ser realizada uma avaliação para indicar o melhor tratamento a ser feito com o microagulhamento;
- É indicado que a paciente suspenda pelo menos três dias antes o uso de qualquer tipo de ácido que esteja usando para evitar possíveis quadros alérgicos;
- É necessário realizar uma boa limpeza de pele;
- É indicado ainda ingerir vitamina C, pois ela auxilia na produção de colágeno.
Depois do procedimento, as orientações básicas são:
- Não utilizar protetor solar e maquiagem por pelo menos 12hs;
- Não se expor ao sol durante o processo inflamatório (três a cinco dias após);
- Evitar contato com animais e mãos sujas na região tratada, prevenindo assim o risco de contaminação;
- Utilizar produtos com autorização do profissional que realizou o tratamento, para melhores resultados.
Riscos e contraindicações do microagulhamento
Luceli Brito destaca que as contraindicações são:
- Infecção ativa como herpes no local ou outra infecção;
- Tendência à cicatrização com quelóides;
- Gestação;
- Imunossupressão.
A fisioterapeuta dermatofuncional Luceli Brito ressalta que grávidas não podem realizar o procedimento pois o risco de hiperpigmentação é muito grande devido às alterações hormonais.
Ainda de acordo com a fisioterapeuta, a técnica é segura, pois, ao perfurar a pele, mantém-se a epiderme íntegra e, com isso, os riscos de alguma complicação são baixas.
A fisioterapeuta Luceli Bito explica que os efeitos colaterais podem surgir se houver aplicação ou indicação incorreta. “Pode levar à formação de cicatrizes e manchas no local do tratamento. Os cuidados no pós-procedimento por parte do paciente, como através do uso do filtro e prevenção a exposição solar, também auxiliam na prevenção de manchas pós-procedimento”, ressalta.
A fisioterapeuta destaca que, associada ao microagulhamento, deve-se utilizar entre as sessões cremes antirrugas e clareadores para melhorar e manutenção dos resultados. “Para pacientes com manchas, as sessões podem ser alternadas com peelings químicos. Para cicatrizes e rugas profundas, na mesma sessão pode ser aplicada a técnica de tunelização dérmica, que faz um descolamento da lesão e maior produção de colágeno local”, diz.
Para garantir maior sucesso no tratamento e nos cuidados gerais com a beleza da pele, o microagulhamento deve ainda ser associado com uma alimentação rica em proteínas (que ajudam a estimular a formação de colágeno na pele), com a proteção solar diária (usando protetor com FPS acima de 30) e com o consumo adequado de líquidos (especialmente água). Quem fuma deve se esforçar ao máximo para parar, pois este é um hábito totalmente destrutivo para a beleza e a saúde de uma forma geral.